quarta-feira, 29 de abril de 2009

Júlio César disse:

Sobre o texto "Canção Instrumental?" Júlio César Abreu disse:

“Ric, será que podemos considerar então "Surfboard" como uma metáfora da canção? Vixe. Esse texto vai dar em logo papo”.

“O título me remeteu à "Canção sem palavras", de Mendelssohn”.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Parque de Diversões

Letra da canção que dará nome ao meu próximo e primeiro disco autoral:

Parque de Diversões

Muito bom dia
Bem vindos ao museu
De arte atual
Senhoras e senhores
Já não basta mais
Olhar e comentar
É uma montanha russa

Quem desejar
Pode até interagir
É pura diversão
Brinquedos frágeis, duros
Goma de mascar
Poemas carrosséis
Viram Roda Gigante

Cadarço de allstar
Pedaço de avião
Faz uma instalação
Um saco de dormir
Repleto de feijão
Mas bem temperadinho
Conceito aberto

Jardim com sete anões
Um túnel sideral
Enganos da visão
Segura um tridente
A foice no vermelho
Um tema bem político
Conceito aberto

Canção Instrumental?

Em show com Ulisses Rocha, Toninho Ferragutti anunciou sua composição Helicóptero, e ofereceu um prêmio a quem soubesse o motivo daquele título. Ao terminar revelou: Não tem motivo.

Essa brincadeira faz parte da liberdade de um instrumentista cuja relação profunda com a música independe de um conteúdo programático que esteja relacionado ao verbo.

Por outro lado, o compositor Guinga, durante show em festival de música instrumental na Praça da Liberdade em Belo Horizonte, se desculpa antes de tocar, de bis, o Carinhoso de Pixinguinha, para cantar junto com a platéia. Aparte do gesto educado frente aos promotores do evento, está a intenção de interação, que parece ser sempre maior através do canto.

Canção pode ser definida, em suma, como música com palavra. Luiz Tatit ainda acrescenta que, para ser canção, uma determinada obra deve dizer na música aquilo que diz na letra, embora música não diga nada que seja traduzível em palavras. Indo direto ao ponto, eu acredito que Surfboard do Tom Jobim, seja canção. Não tem letra, mas o título evoca sozinho o balanço que a música tem, ou seja, o título e a dramaticidade específica daquela música é que criam, juntos o sentido.

Eu escrevi uma música que tem o mesmo apelo. A melodia principal é um grande movimento melódico de sobe e desce, e o título é Mountain Bike. Poderia se chamar Flexão de Braço, Papai e Mamãe ou Curva das Ações da Petrobrás. É que sem uma letra fica até fácil forçar um conceito. Isso porque o título não é palavra entoada, e pensando desta forma faz mais sentido enquanto conceito. Ops, acho que foi isso que o Tatit quis dizer.

Neste sentido, se música instrumental não pode ser considerada canção, pode pelo menos ser uma espécie de obra conceitual. Na arte contemporânea há um gênero super amplo que é chamado, ainda que com desconfiança, de arte conceitual. Dentro deste limite encontram-se trabalhos cuja validade é dada pelo contexto da obra. É a volta do abstrato ao figurativo, mas já com a dimensão tátil e interativa incluída. E bota interpretação!

domingo, 12 de abril de 2009

Postagem 1

Surge agora, fomentado pelo poeta, letrista e amigo, Júlio César Abreu, o Parque Diversões. O desafio que encaro pela frente é o de divergir e divertir, agradar sem degradar. Sagrar sem sangrar. Elogio não se distruibui como hóstia.